segunda-feira, 3 de outubro de 2016

03 de Outubro dia da S.Teresa do Menino Jesus--Virgem.

A História da Santa Terezinha do Menino Jesus


   Maria Francisca Teresa Martin nasceu em Alençon(Orne) em 02 de Janeiro de 1873. Educada no seio duma família católica admiravelmente cristã,  fez os seus estudos nas Beneditinas  de Lisieux. Desde criança sentiu-se chamada ao claustro. Aos 15 anos à força de súplicas insistentes, obteve permissão  para entrar no Carmelo de Lisieux. 
Desde cedo Teresa Martin iniciou sua devoção ao Menino Jesus. Aos seis anos e meio,  começa a se preparar para a primeira comunhão, sendo catequizada por sua irmã Paulina. Graças a esta catequese, o amor ao Menino Jesus vai aumentando em seu coração.  Ao falar deste período, nossa santa afirma que "amava-o muito" (A 31v). Não é, pois, de se estranhar que à época de seu primeiro chamado à vida carmelitana, tenha aceitado com entusiasmo a proposta de Madre Gonzaga de se chamar "Teresa do Menino Jesus" quando ingressasse no Carmelo. Após prepará-la para a primeira comunhão, Paulina, já Irmã Inês de Jesus no Carmelo de Lisieux, convida a menina a considerar sua alma como um jardim de delícias no qual é preciso cultivar as flores de virtudes que Jesus virá colher em sua primeira visita.  
 
   No ano de 1887 se oferece ao Menino Jesus para ser seu brinquedo (A 64r), desejando abandonar-se sem reservas à sua misericórdia. Isto ocorre por ocasião da célebre audiência com o papa Leão XIII. Teresa esperava que o papa autorizasse sua entrada imediata no Carmelo, apesar da pouca idade. Enorme decepção! Recebe palavras ternas e não a resposta desejada. Por isso não fica perturbada. Não havia se oferecido para ser a "bolinha" de Jesus e não dissera que ele poderia fazer o que quisesse com ela?
A partir do dia 9 de abril de 1888, data de seu ingresso no Carmelo de Lisieux, Teresa pode, finalmente, realizar seu sonho de menina: assina suas cartas durante todo o postulantado como "Teresa do Menino Jesus" (Ct 46-79). No dia 10 de janeiro de 1889, dia em que recebe o hábito, assinará pela primeira vez "Irmã Teresa do Menino Jesus e da Santa Face", que será seu nome definitivo de Carmelita (Ct 80). Quando entra na clausura, a primeira coisa que lhe chama a atenção é o sorriso de seu "Menino cor de rosa" (A 72v), que a acolhe. Ela se encarregará de colocar-lhe flores desde a Natividade de Maria: "era a Virgenzinha recém-nascida que apresentava sua florzinha ao Menino Jesus". (A 77r).
   Teresa dedica muitas poesias, recreações piedosas e orações ao Menino Jesus, ao mistério do Natal e aos primeiros anos da infância de Cristo. No dia 21 de janeiro de 1894 cria e oferece à Madre Inês, em sua primeira festa como priora, uma pintura a óleo do Menino Jesus, a que intitula como "O sonho do Menino Jesus". Este quadro mostra o Menino Jesus de olhos abaixados, brincando com as flores que lhe são oferecidas. Ao fundo aparece sob a claridade da lua a Sagrada Face debaixo da cruz e cerca dos instrumentos da paixão. Em uma carta enviada no mesmo dia (Ct 156), Teresa comenta seu quadro: longe de temer os sofrimentos futuros, o Menino Jesus conserva um olhar sereno e até sorri, pois sabe que sua esposa (Irmã Inês) permanecerá sempre ao seu lado para amá-lo e consolá-lo. Quanto aos olhos baixos, estes mostram sua atitude quanto à própria Teresa: "Ele está quase sempre dormindo". Neste último detalhe já vislumbramos uma prefiguração da grande prova de fé que irá acompanhá-la em seus últimos dias.
Nos finais de 1894, a jovem carmelita descobre sua "Pequena Via". A infância espiritual do cristão, feita de confiança e abandono, deverá se moldar na própria infância de Jesus, em seu caráter  de Filho, tão particularmente representado nos traços de sua infância. No dia 7 de junho de 1897, Teresa se deixa fotografar, tendo nas mãos as estampas do Menino Jesus e da Sagrada Face. Sobre a imagem do Menino Jesus, conhecido como "de Messina", Teresa copia o versículo de Pr 9,4: "Quem for pequenino, venha a mim".

   Depois de ter passado a vida no Amor, ia morrer, num ato de amor, o serafim do Carmelo! Era 30 de setembro de 1897. Estava a raiar para ela a aurora do dia eterno. Pela manhã, a vitimazinha lançou um olhar de amor para a estátua da Virgem, exclamando: "Oh! como Lhe rezei com fervor!..." Mas era a agonia pura, sem a menor mistura de consolação... E depois, sufocada: "Oh! falta-me o ar da terra! Quando me será dado respirar o Céu?... Ás duas horas e meia, dando mostra de que o sofrimento havia chegado ao extremo, disse: "Minha Madre, o cálice está a transbordar! Jamais poderia imaginar que me fosse possível sofrer tanto! Não posso explicar isso senão pelo meu ardente desejo de salvar almas". E depois: "É bem verdade, tudo quanto escrevi sobre o meu desejo de sofrer! Não me arrependo de me haver entregue ao amor". E repetiu essas palavras diversas vezes. Tamanha a sede de amor e de sofrer consumia o Serafim da montanha santa do Carmelo! Quando, ao cair da tarde, soaram as tristes badaladas das Ave-Marias, contemplou ela meigamente à Maria e, voltando-se para a Madre Priora: "É a agonia, minha Madre?" - "Sim, minha filha, é a agonia, mas Jesus a quer prolongar ainda algumas horas". E ela, resignada: "Pois bem... Vamos... Eu não quisera sofrer menos..." E fixando o crucifixo: "Meu Deus... eu... vos amo!" E sua bela alma voou para o Céu. Morreu de amor! Realizaram-se todos os seus sonhos.
   Como é bom viver sofrendo e amando até morrer de amor![1]

Referências:

1- O Breviário da Confiança - Monsenhor Ascânio Brandão
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