Como poderemos discernir estes dois sentimentos?
O Padre Vermeersch dá-nos mais de um critério:
O Amor | A Amizade |
O amor exige a posse absolutamente exclusiva. | A amizade admite a co-participação de outros, embora limitada a um número restrito. |
O amor nasce, de preferência da simpatia psíquica. | A simpatia psíquica não basta à amizade, nem é necessária, suficiente, nem absolutamente exigida. |
O amor nasce de súbito: um olhar, um encontro furtivo determina o "cair do raio", embora a "incubação" haja precedido a declaração desse amor. | A amizade vem pouco a pouco, à medida que se vão revelando as qualidades morais. |
O amor dá-se entre características opostas, um que domina outro que obedece, um forte outro fraco. | A amizade tem de preferência lugar entre moços das mesmas características e da mesma idade. |
O amor é inquieto. O amor pede declarações repetidas, e depois basta-lhe a linguagem muda. É ciumento: ocasiona rixas, seguidas de reconciliações sucessivas, que lhe reanimam a chama. As brigas dão-se só pelo prazer da reconciliação. | A amizade é serena, desinteressada e tranquila. A amizade está menos sujeita a estes incidentes. É tão pouco cioso que os amigos até servem de confidentes. |
O amor revela-se por meio de bilhetinhos. | A amizade ou nunca ou poucas vezes. |
O amor extingue-se pela ausência, pois a causa psíquica não mais atua.
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Com amizade não se dá isto.
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O amor desperta certo escrúpulo. | A amizade não. |
O amor leva a escrever, por toda a parte, o nome do amado. | A amizade não |
O amor vive ancioso por ver, abraçar, apertar a mão. O tato exerce um papel saliente. | A amizade não |
O amor vive afeta um certo ar de mistério. | A amizade não |
O amor facilmente provoca pensamentos e movimentos maus. | A amizade não |
FONTE: A Grande Guerra - O Combate pela Pureza; Padre J. Hoornaert, S.J
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