terça-feira, 30 de agosto de 2016

Pequena Biografia de São Padre Pio Parte. VIII

Os refúgios do Padre Pio em Pietrelcina 




Pode-se dizer que em Pietrelcina, no trecho de sua casa, havia três centros entre os quais dividia seu tempo. O primeiro centro era a pequena Igreja de Santa Anna. Era neste lugar que celebrava a Missa, que poderia durar quatro horas. Foi o primeiro e principal lugar freqüentado por Padre Pio, que aos poucos começamos a compreender. À Missa de Padre Pio, todos corriam para poderem assisti-la; ela não era semelhante a nenhuma outra Missa; diferente de todas. Dom Giuseppe Orlando, alguém que sempre voltava lá, já preso ao lugar, disse em poucas palavras: “ A sua Santa Missa é um mistério incompreensível ”. À luz daquilo que é dado como verdade, podemos afirmar que com a sua ordenação sacerdotal, a Missa de Padre Pio era verdadeiramente um reviver da Paixão de Cristo.

O Segundo é na direção da Ladeira Castello. Lá havia uma velha “pequena torre”. Ela poderia testemunhar a solicitude orante daquele homem: muita oração, muita união com seu Senhor.

O Terceiro é um olmo (tipo de árvore) no alto da colina de Piana Romana, um pouco distante da casa dos Forgione. Lá, o pequeno Francesco já se refugiava para rezar e estudar quando era pequeno, à sombra daquela árvore. Neste local o sacerdote também passava longas horas de oração, de meditação da Paixão do Senhor, tanto que seus familiares, sabendo ser um local muito importante, construíram lá uma pequena cabana com uma cama de palha que pudesse ficar até a noite, durante sua estadia.

* Os Estigmas invisíveis *

Durante seu primeiro ano de ministério sacerdotal, em 1910, enquanto rezava embaixo do olmo, Padre Pio recebeu os estigmas invisíveis. Em recordação a este fato é que se construiu naquele local uma capela. Em uma carta que escreve a seu diretor espiritual os descreve assim: “ Em meio das mãos apareceu uma mancha vermelha, do tamanho de um centavo, acompanhada de uma intensa dor. Também sob os dois pés sinto dor ”.

Estas dores na mãos e nos pés do padre Pio, são os primeiros indícios dos estigmas que foram invisíveis até o ano de 1918. Uma vez a dor que o padre Pio experimentou foi tão aguda, que sacudiu as mãos, as quais sentia que lhe queimavam.

Este tempo em seu povoado natal foi um período de grandes combates espirituais com o demônio, mas também de grandes consolos através de êxtase e fenômenos místicos, tanto interiores como exteriores, espirituais e físicos.

O demônio aparecia-lhe de distintas maneiras. Algumas vezes até na aparência de animais, de mulheres bailando danças impuras, de carcereiros que o açoitavam e inclusive sob a aparência de Cristo Crucificado, de seu Anjo da Guarda, São Francisco de Assis, a Virgem Maria, também sob a aparência de seu diretor espiritual, seu provincial. Mas, depois destes assaltos do demônio, era consolado com êxtases e aparições de Jesus, a Santíssima Virgem Maria, seu Anjo da Guarda, São Francisco e outros santos.

No dia 12 de agosto de 1912 experimentou pela primeira vez a “chaga do amor”. O padre Pio escreveu a seu diretor espiritual explicando-lhe o sucedido: " Estava na Igreja fazendo minha ação de graças depois da Santa Missa, quando de repente senti meu coração ferido por um dardo de fogo fervendo em chamas e eu pensei que ia morrer”. Suportou o impacto da perfuração do coração e quase que uma vez por semana era submetido à flagelação e à coroação de espinhos. Se durante sua infância e novamente nos anos preparatórios ao sacerdócio, sua meditação constante era a Paixão do Senhor, que o fazia derramar muitas lágrimas, agora, não se tratava somente de meditar o sofrimento de Cristo, mas de vivê-lo na própria carne. E esse era apenas o início!

Por sete anos, padre Pio permanece fora do Convento, em Pietrelcina. Naturalmente, esta vida estava em contraste com a regra franciscana e alguns irmãos frades se queixaram disto. Foi então quando o Superior Geral da Ordem pediu a Sagrada Congregação dos Religiosos a exclaustração do Padre Pio. Foi um golpe muito duro para ele e em um êxtase se queixou com São Francisco de Assis. A Congregação dos Religiosos não escutou a solicitação do Superior Geral e concedeu que o padre Pio continuasse vivendo fora do convento, até que estivesse completamente restabelecida sua saúde.

A prática de seus deveres, a memória de sua missão substituía o esforço do dever cumprido. Foram anos caracterizados por um cotidiano em que se alternavam as visões diabólicas e os estados de doçura. Resistiu a tudo isso até 17 de fevereiro de 1916.
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