Há dois grandes acontecimentos na vida de Padre Pio, aos quais sempre atribuiu grande importância e sobre os quais comentou, freqüentemente, com seu diretor espiritual. Ambos acontecidos no ano de 1903, por volta de seus 15 anos, pouco antes de sua entrada aos capuchinhos.
PRIMEIRO ACONTECIDO - A luta contra um gigante.
Os dias antes de entrar ao seminário foram dias de visões do Senhor, que lhe preparariam para grandes lutas Espirituais. Jesus lhe permitiu ver o campo de batalha, os obstáculos e inimigos.
Francesco viu perto dele um homem de grande esplendor, belíssimo que o convida: ”Vem comigo, porque é conveniente lutar com um guerreiro valoroso.“
Ele o acompanhou até um campo que parecia infinito e encontrou dois grupos de pessoas assim: De um lado havia homens radiantes, com vestiduras brancas e muito belas; ao outro lado, estavam pessoas que se pareciam com imensas bestas espantosas, horripilantes com vestes de cor preta. Era uma cena aterradora e os joelhos do jovem Francisco começaram a tremer.
Repentinamente Francesco se viu caminhando ao encontro de um homem gigante horrível, que sua cabeça chegava às nuvens.
O Homem esplendoroso estimulou Francesco a lutar contra aquele gigante; Francesco pediu para evitar aquele confronto, mas o Homem esplendoroso disse: “É vã a sua resistência. Entre nessa luta com confiança e combata corajosamente; você deve lutar contra ele. Diante dos acontecimentos, entre nesta luta com confiança e lute bravamente; Eu estarei perto de você, o ajudarei e não permitirei que ele te vença”.
O combate foi muito terrível, mas com a ajuda do Homem esplendoroso, o gigante foi vencido e obrigado a fugir arrastando, atrás de si, toda aquela multidão de homens asquerosos, gritando blasfêmias e brados atordoados. Do outro lado, a multidão das pessoas de branco, explodiram de alegria e júbilo louvando o Homem esplendoroso que havia ajudado Francesco naquela luta.
Foi neste intervalo que o Homem esplendoroso colocou na cabeça de Francesco uma coroa belíssima; removendo-a disse: “Tenho reservada para você uma outra coroa, mais bela, se você souber como lutar nos encontros contra aquele gigante. Ele tornará a assaltá-lo sempre, mas você deve combater sem medo, Eu o farei sempre vencedor porque você o fará se prostrar sempre”.
Toda a vida de Padre Pio foi uma contínua luta contra o demônio (o gigante) que atacava sempre o padre Pio para impedi-lo de salvar as almas. Era uma batalha interior freqüente; algumas vezes, também um ataque externo. Quando o padre ficava exausto, cheio de marcas das pancadas, vinham seus confrades socorrê-lo, ele sempre confessava: “Obrigado! Com a ajuda divina, eu sempre venço!”. Esse acontecimento foi uma prévia muito significativa de toda a luta na vida de Padre Pio.
Um segundo acontecimento, logo após o primeiro, mas também antes que Francesco ingressasse aos capuchinhos. É mais difícil falar deste, porque com relação a ele, o padre foi sempre bastante reservado. Disse e escreveu unicamente o essencial, porque para ele era um acontecimento bastante particular, “uma grande missão”. Mas nunca especificou do que se tratava. “Uma missão grandiosíssima, importante somente para Ti e para mim”. Escreveu isso em uma oração pessoal. Talvez, algum sinal; um exemplo foi a grande insistência com que pediu aos superiores de ser indicado para o ministério da confissão.
Estas são as duas visões que deram sinal profundo na vida de Padre Pio. Na sua luta contra Satanás revivia, sempre, aquele confronto com o gigante. E tem sempre presente “a missão grandiosíssima” que o Senhor lhe havia mostrado; será uma recordação que o suportará na dura luta da longa vida, por causa do atroz sofrimento, como os estigmas, nas ocasiões de calúnia e dos endossos canônicos: oferecia tudo ao Senhor como execução daquela missão. Será esse o segredo de sua inalterada serenidade?
Realismo e esperança foi como escreveu para duas filhas espirituais, Maria Garzani e Raffaela Cerase.
“Não tema perseverar na tempestade, pois o pequeno barco do teu espírito não andará mais submerso. O céu e a terra mudarão, mas a palavra de Deus que assim assegura a quem obedece cantar a vitória, não mudará, permanecerá sempre escrita no indelével livro da vida: Eu existirei sempre” (Ep. III)
“Temos sempre diante dos olhos que a Sua terra é um lugar de combate e que no paraíso se reservará a coroa; que aqui é um lugar de prova e o prêmio se reserva lá em cima; que aqui estamos em exílio e a nossa verdadeira pátria é o céu e que necessita de contínua aspiração. Portanto, vivamos com a fé, a esperança firme e com ardente afeto até que saiamos vitoriosos, para poderemos um dia, quando Deus desejar, habitarmos com Ele” (Ep. II).
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