quarta-feira, 9 de março de 2016

Um livro para meditarmos, e assemelhar nossa vida a de Cristo

A partir desta semana começaremos um itinerário onde vamos meditar no livro Imitação de Cristo.


Vamos começar por uma breve reflexão:

Santo Inácio de Loyola, no tempo em que esteve em uma gruta em Manresa, leu um livrinho cujo autor era anônimo. Magnífico livro era esse. Ao que consta, uma parte dele foi escrita como regra para monges, depois vieram outros textos que acrescidos ao primeiro recebeu o nome de Imitação de Cristo, se transformando assim num livrinho.

De fato, tão profundo e maravilhoso, que mereceu ser considerado o melhor dos livros, depois dos Evangelhos e das Sagradas Escrituras.

Como dos 66 manuscritos, 60 trazem a assinatura de Tomás de Kempis, na mais respeitada cópia, conhecida como Kempense, escrita em 1441, então atribuiu-se a Tomás de Kempis a autoria do Santo Livrinho.

Trago as primeiras palavras da Imitação de Cristo, para meditação, nesta época de quaresma:

Quem me segue não anda nas trevas, diz o Senhor (Jo 8,12). São estas as palavras de Cristo, pelas quais somos advertidos que imitemos sua vida e seus costumes, se verdadeiramente queremos ser iluminados e livres de toda cegueira de coração. Seja, pois, o nosso principal empenho meditar sobre a vida de Jesus Cristo.

A doutrina de Cristo é mais excelente que a de todos os santos, e quem tiver seu espírito encontrará nela um maná escondido. Sucede, porém, que muitos, embora ouçam freqüentemente o Evangelho, sentem nele pouco enlevo: é que não possuem o espírito de Cristo. Quem quiser compreender e saborear plenamente as palavras de Cristo é-lhe preciso que procure conformar à dele toda a sua vida.

Que te aproveita discutires sabiamente sobre a SS. Trindade, se não és humilde, desagradando, assim, a essa mesma Trindade? Na verdade, não são palavras elevadas que fazem o homem justo; mas é a vida virtuosa que o torna agradável a Deus. Prefiro sentir a contrição dentro de minha alma, a saber defini-la. Se soubesses de cor toda a Bíblia e as sentenças de todos os filósofos, de que te serviria tudo isso sem a caridade e a graça de Deus? Vaidade das vaidades, e tudo é vaidade (Ecle 1,2), senão amar a Deus e só a ele servir. A suprema sabedoria é esta: pelo desprezo do mundo tender ao reino dos céus.

Vaidade é, pois, buscar riquezas perecedoras e confiar nelas. Vaidade é também ambicionar honras e desejar posição elevada. Vaidade, seguir os apetites da carne e desejar aquilo pelo que, depois, serás gravemente castigado. Vaidade, desejar longa vida e, entretanto, descuidar-se de que seja boa. Vaidade, só atender à vida presente sem providenciar para a futura. Vaidade, amar o que passa tão rapidamente, e não buscar, pressuroso, a felicidade que sempre dura.

Lembra-te a miúdo do provérbio: Os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos de ouvir (Ecle 1,8). Portanto, procura desapegar teu coração do amor às coisas visíveis e afeiçoá-lo às invisíveis: pois aqueles que satisfazem seus apetites sensuais mancham a consciência e perdem a graça de Deus.

(Livro: A Imitação de Cristo – Tomás de Kempis)

Fonte: Blog Almas Castelos
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