terça-feira, 12 de abril de 2016

As lições da poda

Importante reflexão sobre a poda, publicada no site do Prof. Felipe Aquino (cleofas.com).

Você já experimentou podar alguma planta em sua casa? Já experimentou podar uma roseira, um arbusto ou uma aceroleira? Esta é uma experiência bem interessante. Todos deveriam fazê-la e aprender a observá-la.


Veja bem, as podas nos vegetais são fundamentais para sua conservação, seja ela de vegetação nativa, ornamental ou de grandes áreas cultivadas. São essenciais para manter a planta saudável e com um desempenho adequado às suas características.


Também na nossa vida espiritual é preciso aprender a fazer “as podas” necessárias para que a nossa alma cresça robusta na vida divina e dê frutos de salvação.


Jesus, que sabia usar muito bem as lições da natureza criada por Deus, fala dessa poda necessária para quem quer ser seu discípulo: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará; e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto”(Jo 15,1). Perceba, Ele diz que o ramo que não dá fruto será cortado e jogado fora, e podará exatamente aquele que dá fruto, para que dê ainda mais.


Eu pude viver essa experiência recentemente em meu quintal. Ali existem duas aceroleiras. Estas são árvores maravilhosas, resistentes e dão frutas em grande quantidade quase o ano todo. Mas eu notei que elas cresceram muito e as acerolas estavam pequenas. Então, fiz uma poda geral nelas. Incrível! Na safra seguinte as frutas nasceram em menor quantidade, mas de tamanho bem maior. Fiquei surpreso. Quando fui fazer a colheita, onde colocasse a mão, recolhia belas acerolas graúdas e saudáveis.


Fiquei pensando na minha vida espiritual. Senti como se Deus me falasse: “Veja o Meu amor espelhado nessa árvore, nessas frutas… Você não fez quase nada para colher toda essa abundância…”.


Confesso que eu não estava muito animado de colher as frutas. Mas, pensei: “puxa vida, Deus faz isso com tanto amor a nós; e tem tanta gente que gosta de comer acerolas ou de fazer um bom suco, tão saudável à saúde!”. Acabei adiando um pouco o meu trabalho no computador e fui colher as frutas. Colhi cerca de 10 litros delas e mandei aos filhos e a uma amiga que gosta muito.


Isto me fez pensar! Deus nos dá tantos frutos, mas a gente nos os colhe, como tantas acerolas que eu vejo cair no chão porque eu não as colhi. Deus derrama frutos abundantes em nossa vida, mas a gente não pára para pensar, agradecer, colher e até levar para os outros. Essas acerolas me fizeram pensar muito na bondade de Deus e em nossa omissão em responder-lhe com gratidão. Não será por isso que tantas vezes nós ficamos na penúria, ao lado de tantas “farturas divinas”?


Cada vez que olhava para a minha mão repleta das frutas, eu dizia no silêncio de minha alma: “Obrigado Senhor, por Vosso amor tão grande a nós; e perdão por tantas e tantas vezes que eu não reconheço e não Te agradeço; quero ser mais atencioso às Suas graças, tão belas e tão gratuitas”.


Naquela colheita meu espírito viajou em Deus. Fiquei pensando em tantas outras frutas maravilhosas que eu vejo na feira: lindas bananas, que já vem até “embrulhadas” naturalmente; belas maçãs, abacaxis, mamãos, laranjas… É um verdadeiro banquete natural, um imenso milagre do qual tanto nos acostumamos que nem mais pensamos neles. Tudo isso o Criador preparou para nós, com belo aspecto e delicioso saber. Prometi a Deus que toda vez que eu levar uma fruta desta à boca quero lhe dizer: “Muito obrigado Senhor! Bendito seja o Vosso Nome!”



Mas, agora, preciso voltar às podas… Os botânicos ensinam que existem três tipos básicos de podas:


1-A poda de formação;


2-A poda de produção;


3-A poda de limpeza.


A poda de formação é feita no início da vida do vegetal, quando este atinge um certo tamanho e precisa sofrer uma correção no rumo de seu desenvolvimento. Isto faz com que as plantas cresçam mais fortes e alcancem o máximo de sua produtividade. Penso que na vida espiritual são as orientações e toda a formação que precisamos receber no início da vida cristã, sobretudo nas catequeses de Primeira Comunhão, Crisma, e em toda a educação cristã recebida no lar dos pais.


A poda de produção é feita para aumentar a produção e a produtividade de uma planta. Mas, para dar bom resultado o agricultor deverá conhecer muito bem o processo vegetativo das plantas, pois, se a poda for mal feita, pode diminuir a produtividade, ao invés de aumentá-la.


Assim também é na nossa vida espiritual. Não é qualquer orientador que pode ir podando a sua alma, senão pode lhe fazer até mal. Santa Teresa de Jesus dizia que o bom diretor espiritual deve ser sábio, douto e santo, para não prejudicar o dirigido. E ela diz que foi algumas vezes prejudicada por isso. Não é muito fácil encontrar um assim, não é? Mas é preciso procurar; se não o achar pessoalmente, aconselho que leia seus livros; eles me fazem muito bem, especialmente os escritos pelos santos, pelos papas e grandes monges e sacerdotes. E também alguns grandes leigos.


As podas devem ser feitas com ferramentas adequadas, para cada tipo de planta ou cultura. Não devem ser feitos cortes irregulares e, para isso, os instrumentos utilizados devem ser bem cortantes e afiados. Como as podas são feitas desde pequenos vegetais até grandes árvores, as ferramentas utilizadas podem e devem ser bem diferentes: desde um alicate até uma motosserra. Tudo isso precisa ser observado também na vida espiritual. O exercício do podador exige perícia, exige conhecer a alma humana, amá-la profundamente e saber respeitá-la sempre.


A poda de limpeza é a mais conhecida, utilizada em grandes plantações e em jardinagem caseira. Ela visa eliminar galhos ou ramos mortos, secos, ou que apresentem má formação. Isto faz com que a energia vital da planta não seja “desperdiçada” com estes ramos ou galhos fracos e penosos para a planta.


Ó meu Deus, como precisamos dessa poda! Quantas ervas daninhas no jardim da nossa alma sugando a sua seiva e impedindo seu desempenho! São os nossos pecados. Quem não tem na alma aquele galho ressequido da inveja, do orgulho, da vaidade? Quem não traz na planta da alma a preguiça, as mentiras, aquela gula indomável, aqueles ataques de ira, de ódio e desejo de vingança? É…, precisamos deixar o Jardineiro divino, o Espírito Santo, fazer uma poda contínua na nossa alma. Quantas vezes a planta até morre por causa das ervas daninhas que a tomam e a sufocam… Diz um provérbio chinês que a culpa não é da erva má, mas da preguiça do agricultor que não a arrancou.


Outra coisa que eu aprendi com a minha “professora” acerola, é que a poda precisa ser feita sempre, porque continuamente ela produz ramos fracos que precisam ser eliminados. Então entendi a importância de sempre estar em meditação, frequentando sempre um Retiro, um bom Encontro, um grupo de oração, meditando sempre a Palavra do grande Jardineiro. Se você observar as plantas, as flores, os animais e os homens, com os olhos de Deus, no silêncio da alma, sem pressa, Deus falará muito a seu coração.


E tem mais, como toda poda é uma “mutilação”, em certos casos os especialistas dizem que é bom usar algum produto especial, no local do corte, para que haja uma cicatrização mais rápida e eficiente. Assim a poda será mais eficiente. Será que nas nossas podas interiores isso também é importante? Pense nisso tudo!


Por: Prof. Felipe Aquino

Fonte: http://cleofas.com.br/as-licoes-da-poda/
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segunda-feira, 11 de abril de 2016

Como vencer as batalhas contra nós mesmos.

Jesus disse que “a carne é fraca” (Mt 26,41); carne na Bíblia significa a nossa natureza humana, fraca, miserável, depois que o pecado entrou em nossa história. Todos nós experimentamos isso, até mesmo São Paulo se lamentava de não fazer o bem que queria e fazer o mal que detestava (cf Rom 7).

Mas o mesmo Jesus nos trouxe a salvação; agora, com Sua graça e Sua bênção, podemos vencer as nossas fraquezas. É uma luta sem tréguas, e que exige que nós busquemos, então, os auxílios deixados por Ele na Igreja: os sacramentos, a oração, a meditação de Sua Palavra e de bons livros; o propósito e o arrependimento cada vez que o pecado nos vencer, etc.

No entanto, também é preciso entender que a nossa santificação é mais um trabalho de Deus em nós, do que de nós em nós mesmos. Não temos força e poder de vencer sozinhos o mal que há em nós. Por isso, se faz necessário lutar com todos os recursos citados acima, mas sabendo que “é Deus quem, segundo o seu beneplácito, opera em nós, o querer e o fazer” (Fil 2,13).

Deus nos conhece antes de sermos gerados; “Nele existimos nos movemos e somos” (At 17,28), e sabe como agir em nós. Temos de ter paciência não só com os outros, mas também conosco mesmos e saber esperar a maturação do nosso espírito, assim como acontece na maturação da flor e do fruto na natureza. Pela natureza Deus nos dá lições diárias para a vida espiritual. A natureza não se cansa e não se exaspera; não desanima. Deus não tem pressa porque é eterno, o tempo é todo Dele. São Paulo diz ainda que “é Ele quem nos capacita”; Ele é “Aquele cujo poder, agindo em nós, e capaz de fazer muito além, infinitamente além de tudo o que nós podemos pedir” (Ef 3,20). Então, paciência!

Vamos fazer uma comparação para entender melhor isso. Jesus contou uma parábola sobre o Reino de Deus, comparando-o ao agricultor que lançou a semente na terra, e dormiu; levantou-se de dia e de noite, e a semente germina sem ele saber como. Porque a terra, por si mesma, produz primeiro o caule, depois a espiga, e depois o trigo maduro na espiga. Só então o homem mete a foice, porque chegou o tempo da colheita. (cf. Mc 4,26-29)

O agricultor esforça-se para preparar bem o terreno, retirar as pedras, adubar o solo para a sementeira; mas, uma vez semeado o grão, já não pode fazer por ele mais nada, a não ser esperar com paciência, até o momento da ceifa. Ele espera a terra germinar a semente, espera a chuva do céu; e somente pode tirar as ervas daninhas. Ele não pode realizar o milagre de fazer a semente germinar; o grão se desenvolve por sua própria força interna. Ora, com esta comparação o Senhor mostra o vigor íntimo do crescimento do Reino de Deus no mundo e em nós também, até o dia da ceifa (cf Joel 3,16; Ap 14,15). Esse Reino de santidade.


Jesus quer mostrar que a pregação do Evangelho, que é a semente abundantemente espalhada, dará o seu fruto sem falta, não dependendo de quem semeia ou de quem a rega, mas de Deus, “que dá o crescimento” (1 Cor 3,5-9). Tudo se realiza sem que os homens se deem conta.

Ao mesmo tempo o Reino de Deus indica a operação da graça de Deus em nossas almas: Deus opera silenciosa e pacientemente em nós, respeitando nossa realidade, sem queimar etapas para não nos queimar. Assim Ele faz uma transformação em nós, enquanto dormimos ou enquanto velamos e trabalhamos, fazendo surgir no fundo de nossa alma resoluções de fidelidade, de entrega, de desejo de fazer Sua vontade…, até nos levar àquela idade perfeita, “o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo” (Ef 4,13); “conformados à imagem de Cristo” (Rom 8,29), como falava São Paulo.

O nosso esforço é indispensável para vencer a nós mesmos, o nosso egoísmo, apegos às coisas e criaturas, sensualidade, ira, inveja, preguiça, gula, etc., mas, em última análise é Deus quem atua, porque “os que são conduzidos pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus” (Rom 8,14), e Deus cuida deles. É o Espírito Santo que, com suas inspirações, vai dando um tom sobrenatural aos nossos pensamentos, desejos e atos.

Precisamos, então, fazer a nossa parte, mas com paciência e sabendo esperar a vitória sobre nós mesmos florescer como a planta que cresce lentamente, para poder crescer forte. O que nasce grande é monstro. Na obra de vencer a nós mesmos, e superar nossa miséria, a grande arma é a paciência. Santo Agostinho disse que: “Não há lugar para a sabedoria onde não há paciência”. Jamais ficar pisando a própria alma quando ela cair, dizia o sábio doutor São Francisco de Sales. Dê a mão a alma caída e levante com carinho para retomar a caminhada, depois do arrependimento.

Como Deus faz crescer em nós a paciência?

Fazendo-nos exercitar nela. É para isso que ele permite as tribulações, doenças, pessoas “chatas” ao nosso lado, gente que nos critica, condena, nos despreza… Tudo isso para treinar nossa paciência, senão ela não cresce e não se fortalece para enfrentar os combates da vida. O mesmo Santo Agostinho disse: “Ainda não alcançamos a Deus, mas temos o próximo perto de nós. Suporta aquele com o qual andas e alcançarás Aquele junto do qual queres permanecer eternamente”.Ninguém perde por esperar!

Prof. Felipe Aquino
Fonte: http://cleofas.com.br/como-vencer-as-batalhas-contra-nos-mesmos/
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domingo, 10 de abril de 2016

Padre Paulo e Prof. Felipe Aquino falam sobre a Moral Católica


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sábado, 9 de abril de 2016

Padre Pio e os Anjos

5 fatos sobre Padre Pio e os anjos




O sacerdote dos estigmas, São Padre Pio tinha muita devoção e proximidade a seu anjo da guarda. Confira a seguir, segundo a tradição, cinco fatos que talvez não sabia sobre o Pe. Pio e os anjos.

1. Achava que todos podiam vê-lo

Segundo a Obra dos Santos Anjos, associação católica que difunde entre os fiéis a devoção dos santos Anjos e possui estatutos próprios aprovados pela Santa Sé, dizem que quando o Pe. Pio ainda era muito pequeno começou a ter visões do seu anjo da guarda, Jesus e Maria. Sua mãe disse que ele pensava que todo mundo podia vê-los.

2. Juntos contra o demônio

Em certas ocasiões, o demônio manchava as cartas que seu confessor lhe enviava e seguindo o conselho do seu anjo da guarda, quando chegava uma carta, antes de abri-la, o santo a aspergia com água benta e desta maneira podia lê-las.


“O companheiro de minha infância tenta suavizar as dores que me causavam aqueles impuros apóstatas embalando meu espírito como sinal de esperança” (Carta. I,321), destacava o santo sacerdote.

Não obstante, certa vez o demônio estava batendo em Pe. Pio e o santo chamou várias vezes em voz alta seu anjo da guarda, mas foi inútil. Em seguida, quando o anjo apareceu a consolá-lo, Pe. Pio zangado lhe perguntou por que não o socorreu.

O anjo lhe respondeu: “Jesus permite estes assaltos do diabo porque Sua compaixão te faz querido a Ele e queria que lhe assemelhasse isso no deserto, no jardim e na cruz” (Carta I, 113).

3. Traduzia as cartas

Quando recebia alguma carta escrita em francês, o anjo da guarda a traduzia. Uma vez, Pe. Pio escreveu: “Se a missão de nosso anjo da guarda é importante, a do meu com certeza é maior, porque também deve ser professor na tradução de outras línguas” (Carta I,304).

4. Seu anjo o despertava e rezava com ele

Narrava o Santo capuchinho: “De noite, fechava meus olhos, via descer o véu e abrir-se diante de mim o paraíso; e, consolado por esta visão, durmo com um sorriso de doce e feliz nos lábios e com uma grande tranquilidade no meu semblante, esperando que meu pequeno companheiro de infância venha despertar-me e, desta forma, rezar juntos as orações matutinas ao amado de nossos corações” (Carta I,308).

5. Falava com outros anjos da guarda

“Se precisarem de mim – repetia o Santo aos seus filhos espirituais –, podem me mandar seu anjo da guarda”. Certo dia, Frei Alessio Parente (Frei menor capuchinho) aproximou-se de Pe. Pio com algumas cartas na mão a fim de fazer-lhes algumas perguntas e o sacerdote não pôde atendê-lo.

Em seguida, o sacerdote dos estigmas o chamou e lhe disse: “Não viu todos aqueles anjos que estavam aqui ao meu redor? Eram os anjos da guarda dos meus filhos espirituais que vieram trazer-me suas mensagens. Tive que responder-lhes rapidamente”.

O venerado Pe. Pio de Pietrelcina sempre reconheceu e agradeceu a missão do anjo da guarda como “mensageiro” e por isso recomendava sua devoção.
Fonte: http://www.acidigital.com/noticias/cinco-fatos-que-talvez-nao-sabia-sobre-sao-pio-de-pietrelcina-e-seu-anjo-da-guarda-88966/
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Conversão por intermedio do Padre Pio

Graças ao Padre Pio, deixou de ser músico de cabaré e agora é sacerdote no Iraque


O Pe. Jean Marie Benjamin é um francês que teve um intenso e inesquecível encontro com Padre Pio de Pietrelcina na década de 60. Depois dessa ocasião que marcou a sua vida para sempre, deixou de ser músico de cabaré para tornar-se sacerdote.

Em 1968, Benjamin tinha pouco mais de 20 anos, levava uma vida libertina em Paris e trabalhava como músico em um cabaré. Queria dedicar-se totalmente à música. Naquela época, já tinha gravado dois discos e estava compondo sua primeira sinfonia.

Um dia, conforme contou à ACI Stampa – agência em italiano do Grupo ACI –, foi jantar na casa de um amigo e na biblioteca encontrou um livro sobre o Padre Pio. Recordou que ao ver a foto do frei na capa, esta “atraiu seu olhar”. Pediu o livro emprestado, leu em uma noite e decidiu ir a San Giovanni Rotondo, na Itália.

Quando chegou à cidade, conheceu na hospedagem Marco, um professor de literatura que também queria ver o Padre Pio. Este lhe aconselhou que se queria confessar-se com o frade capuchinho, devia ir à Missa das 5h e conseguir uma entrada. Também lhe comentou que já não confessava os estrangeiros, mas o animou para que tentasse.

No dia seguinte, Benjamim foi à Missa. Recordou que o Padre Pio estava em uma cadeira de rodas, muito idoso e encolhido pela dor dos estigmas e, apesar disso, “todos o olhavam com admiração. A emoção era grande”.

O momento da consagração “era impossível de descrever. Não há palavras nem expressões para dizer com exatidão o que estava acontecendo”, porque além disso os pássaros que estavam nas janelas do templo permaneciam em silêncio.

Benjamin não conseguiu um ingresso, mas Marco lhe entregou o seu que já não usaria. Entretanto, o frei dos estigmas não confessou durante os três dias seguintes porque estava muito cansado e mal de saúde.

No domingo, 8 de março, quando abriram a porta do templo, Benjamim correu e sentou-se na primeira fila para a confissão.


 
Quando chegou a sua vez, o Padre Pio lhe perguntou lentamente como se soubesse que não entendia o italiano: “Há quanto tempo você não se confessa?”. Benjamin lhe contou sua história em francês. O sacerdote repetiu a pergunta e ele respondeu que não o recordava.

“Padre Pio Padre Pio levantou a mão direita, a esquerda e a mexeu três, quatro vezes, fazendo um barulho que parecia longo. Em seguida me disse o dia, o mês e o ano de minha última confissão. Foi em 13 de julho de 1961, em Costa de Marfim, quando viajei à África com meus pais”, relatou à ACI Stampa.

Depois de um longo silencio, o jovem pediu a bênção do Padre Pio e este lhe disse olhando profundamente nos olhos: “Procura um sacerdote francês”. Benjamim tocou seus estigmas e sentiu “um calor impressionante” e a forte presença de Deus.

Regressou para Paris sentindo-se renovado pelo encontro com o Padre Pio que lhe “havia dado como uma força nova”, sobretudo “em meu interior”.

No dia 23 de setembro de 1968, o Padre Pio faleceu e a notícia entristeceu Benjamin, não podia acreditar e chorou. Então recordou o que o frei capuchino lhe disse, para procurar um sacerdote francês para confessar-se.

“Não havia feito e nem sequer havia pensado nisto. Mas logo fui pegar um metrô para descer em qualquer estação, caminhar e entrar na primeira igreja”, recordou.

Assim o fez. Desceu em Notre Dame des Victoires, entrou na primeira igreja e viu dois confessionários vazios. Entrou em um e disse ao sacerdote: “Padre lhe digo a verdade, não vim apenas confessar-me, mas também da parte do Padre Pio”.

O sacerdote escutou o relato de Jean Marie e lhe disse: “É muito belo tudo o que te aconteceu. Além disso, ninguém havia dado meu nome para que venha me buscar. Com certeza foi o Padre Pio que te guiou. Sabe por que estou dizendo isto? Porque sou o Padre Reveilhac, responsável da coleta de recursos na França para a Casa do Alívio do Sofrimento, como se chama o hospital do Padre Pio. Além disso, há 30 anos vou duas vezes ao ano a San Giovanni Rotondo e visito o Padre Pio”.

O Pe. Reveilhac se tornou diretor espiritual de Jean Marie Benjamin e o ajudou a crescer na fé e na vida espiritual. O jovem sentiu o chamado ao sacerdócio, mas o presbítero lhe disse que devia esperar porque sua vocação ainda não havia amadurecido.

“A resposta foi dura, mas com o tempo entendi que o Pe. Reveilhac tinha razão: não sabia se poderia mudar o meu estilo de vida imediatamente, deixar a música, a composição, o estúdio de gravação, os concertos”, comentou.

Pouco a pouco, foi se dedicando a outras atividades. De 1983 a 1988, Benjamim foi funcionário do Escritório das Nações Unidas em Gênova, uma de suas responsabilidades foi organizar eventos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Em março de 1988, deixou seu trabalho e retornou a San Giovanni Rotondo, ali tomou a decisão de ser sacerdote. Foi ordenado em 26 de outubro de 1991. Neste mesmo ano, tornou-se assistente do Cardeal italiano Antonio Casaroli, enviado especial do Vaticano para missões diplomáticas e Secretário de Estado Emérito.


Deixou o cargo em 1994 e no ano seguinte produziu seu primeiro filme sobre o Padre Pio, difundido pela Rádio Televisão Italiana (RAI).

Em 1998, viajou ao Iraque para produzir um documentário sobre as culturas ancestrais e, ao ver a precária situação da população que sofria os efeitos da radiação emitida pelo urânio utilizado nas armas dos Estados Unidos e da Inglaterra, decidiu dedicar-se ao trabalho humanitário e denunciar aos meios de comunicação que ignoravam este drama.

Viajou várias vezes a este país do Oriente Médio entre 1998 e 2003. Depois publicou três livros e produziu dois documentários acerca destas viagens.

Ao longo de sua vida também produziu vários concertos e peças corais inclusive um CD de música pop sobre o Iraque. Compôs trilha sonora para vários filmes franceses e italianos.

Em 2003, organizou o encontro na Itália entre o Papa João Paulo II e Tareq Aziz, o primeiro-ministro iraquiano. Atualmente continua dedicando-se ao trabalho humanitário no Iraque e aos diversos temas sobre o meio ambiente.
Fonte: http://www.acidigital.com/noticias/gracas-ao-padre-pio-deixou-de-ser-musico-de-cabare-e-agora-e-sacerdote-no-iraque-89353/
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quarta-feira, 6 de abril de 2016

Papa Francisco se reúne com o superior geral dos lefebvristas


O site ACI Digital divulgou ontem 5 de Abril de 2016 que A Santa Sé e a Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX) confirmaram na segunda-feira que no dia 1º de abril aconteceu um encontro entre o Papa Francisco e o superior geral dos lefebvristas, o bispo Bernard Fellay, no Vaticano.
A notícia, divulgada pelo jornal italiano Il Foglio, foi confirmada pelo Vaticano à imprensa.
Por sua parte, a Fraternidade Sacerdotal São Pio X indicou em um comunicado que o Papa recebeu Fellay na Casa Santa Marta, e que ele estava acompanhado pelo Pe. Alain-Marc Nely, segundo assistente geral da sociedade sacerdotal.
“O Papa Francisco queria uma reunião privada e informal, sem a formalidade de uma audiência oficial. Esta durou aproximadamente 40 minutos e foi um encontro cordial”, assinalou a FSSPX.
“Depois da reunião, foi decidido manter o intercâmbio. O estado canônico da Sociedade não foi abordado diretamente, o Papa Francisco e o bispo Fellay determinaram que estes intercâmbios devem continuar sem pressa”, assinalou.
O comunicado da Sociedade Sacerdotal acrescentou que no dia 2 de abril o bispo Fellay se reuniu com o Arcebispo Guido Pozzo, secretário da Comissão Pontifícia Ecclesia Dei, escritório do Vaticano da Congregação para a Doutrina da Fé responsável por discussões doutrinais com a FSSPX.
A FSSPX foi fundada pelo Arcebispo Marcel Lefebvre em 1970, como resposta ao que descreve como os erros na Igreja depois do Concílio Vaticano II. Suas relações com a Santa Sé se tornaram mais tensas em 1988 quando Lefebvre consagrou quatro bispos sem permissão de São João Paulo II.
A consagração ilícita teve como consequência a excomunhão dos cinco bispos; as excomunhões foram retiradas em 2009 por Bento XVI e desde então as negociações entre a Sociedade e o Vaticano continuaram para “reencontrar a plena comunhão com a Igreja”.
Em remissão da excomunhão, Bento XVI também assinalou que “as questões doutrinais obviamente permanecem e, até serem esclarecidas, a Sociedade não tem estado canônico na Igreja e seus ministros não podem exercer legitimamente nenhum ministério”.
O maior obstáculo para a reconciliação da sociedade foi as declarações sobre a liberdade religiosa na declaração do Vaticano II Dignitatis Humanae, a qual, afirmam, contradiz o anterior ensinamento católico.
As discussões doutrinais entre a FSSPX e a Congregação para a Doutrina da Fé terminaram no verão de 2012, quando o superior geral da sociedade, o bispo Bernard Fellay, não assinou um preâmbulo doutrinal apresentado por Roma. Entretanto, as conversações entre o CDF e a sociedade se reataram em 2014.
Desde então, vários movimentos sugeriram uma aproximação nas relações entre o Vaticano e a FSSPX.
Em 2015 a Santa Sé delegou um cardeal e três bispos para visitar os seminários da FSSPX. Foram enviados para conhecer melhor à sociedade e para discutir temas doutrinais e teológicos em um contexto menos formal.
Do mesmo modo, Francisco anunciou em uma carta em setembro 2015, pelo Ano Jubilar da Misericórdia, que durante o ano jubilar os fiéis podem válida e licitamente receber a absolvição dos seus pecados pelos sacerdotes da FSSPX.
No texto, o Papa confiou em que futuras soluções possam “recuperar a plena comunhão com os sacerdotes e superiores da Fraternidade”.
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